quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A linguagem no relacionamento interpessoal.

Estava ouvindo um programa de rádio onde a discussão se  configurava nas seguintes questões. É racismo ou assédio moral chamar, mesmo um amigo seu, de "negão", "neguinho" ou negrinho? Muitos opinaram a favor ou contra, até uma lei foi citada a respeito do assunto.Um dos jornalistas disse que o ton da palavra é que determinaria a ofensa ou a normalidade da referência utizada para nominar a pessoa em questão.
É sobre essa última questão a qual quero comentar, as pessoas se referem as outras pelo peso, altura, cor, defeitos físicos, apelidos podendo ser pejorativamente ou não, mesmo as pessoas que são chamadas por essas características podem se ofender ou não, podem muitas vezes ter se acostumado com estas referências até não percebendo em alguns casos o tom pejorativo.
De qualquer maneira se referir a alguém pela cor, peso, altura etc, pode até ter um ton de normalidade mas despreza toda subjetividade em questão, principalmente se ele for teu amigo ou conhecido. Por exemplo: Aí "negão" tudo bem? Tu simplificou o João Carlos( nosso negro hipotético),a somente
 "negão" (apenas uma de suas características) pois ele é o João Carlos que engloba muitas outras coisas, por exemplo; estudante, trabalhador, boa praça, nervosinho, carrancudo etc, diferente do Vinicios (outro negro hipotético) que é alegre, conversador, meio avoado, pessoas diferentes de alguma maneira generalizadas, não diferenciadas.
É claro que na maioria das vezes isso é "naturalizado" ,mas repensando o significado das palavras, o cuidado em utilizá-las,o significado para quem chama e para quem é chamado,quem já não ouviu a seguinte frase: Ouvir seu próprio nome dito por outra pessoa é música para os ouvidos.

3 comentários:

  1. Como a maioria das relações, acostumar-se com alcunhas é uma pratica do dar e receber. Seria sensato dizer que quem dá uma alcunha tambem a recebe no mesmo nivel e tom. Creio que não pensamos em significados por este equilibrio que as situações criam.

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  2. Um tanto complicado discutir este assunto, visto que podem em muitas situações ter significação ambígua, veja o caso: O “João Carlos” pode não estar num bom dia, e você nas melhores das intenções, como amigo íntimo, querendo levantar o moral, solta: “E aí Negão!!!”....O João Carlos pode perceber como pejorativo e não gostar. Pode também perceber como uma saudação calorosa e sorrir.
    As alcunhas existem, e estão à disposição de todos. Ser sábio na utilização é que fará a diferença, o momento, a forma e também a entonação transmitirão isso.
    Muitas vezes fazemos tal referência a pessoas que nos são próximas, mas não devemos cometer a gafe de utilizar em momentos inoportunos.
    Eu prefiro utilizar sempre em particular, sendo somente para a pessoa que se faz referência, evitando o uso quando em grupo.
    O tema é polêmico. Mas tantas “Leis” acabam por tornar nossa sociedade engessada e sem calor humano. Como gostáramos que todos tivessem bom senso, assim não discutiríamos isso, nem sobre o conceito de preferencial, assédio sexual, moral e tantas outras coisas....

    WC

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